Oi gente! Estou aqui novamente - um pouquinho atrasada inclusive! Resolvi dar uma pequena interrompida na aula de história sobre o Reino Unido para contar um pouquinho para vocês do LUGAR MAIS LEGAL DO MUNDO – o Estúdio da Warner Bros. ao lado de Londres, onde foram filmados os filmes da série Harry Potter.  A página Love Great Britain compartilhou uma foto do Beco Diagonal esses dias e eu pensei, bom... Por que não?

O VTTW é um blog sobre as minhas viagens, mas acho que também é um blog sobre mim, de alguma forma. Vocês sabem onde eu trabalho e o nome de vários de meus amigos e sabem por onde eu ando. Acho justo que vocês saibam então aquilo que eu disse em um post antigo: Harry Potter é basicamente a coisa mais importante da minha vida! Hahaha. 

A série de livros da J.K. Rowling, que eu comecei a ler com 11 e terminei com 18 anos, ajudou sem dúvida alguma na minha formação. Isso porque me incentivou a ser uma pessoa que gosta de ler. Ser uma pessoa que gosta de ler, me incentivou a gostar de História e de Política. O que me incentivou a fazer a faculdade que fiz e a amar o meu trabalho. Também me incentivou a gostar (muito) de escrever. Então, se não fosse por causa das aventuras desse bruxinho, o blog provavelmente não existiria. E metade de vocês, meus amigos que acompanham, também não estaria presente na minha vida. 

Esse post é um pouquinho diferente então, mas não foge muito do tema dos meus últimos. A série de livros se passa inteirinha no Reino Unido, em diferentes localidades, e claro que os filmes foram todos produzidos lá também, usando as belas imagens do país como cenário.

Mas grande parte foi feita em estúdio – esse estúdio enorme da Warner Bros. que fica em Watford, uma região da Grande Londres. Eu já tinha tido a oportunidade de visitar os estúdios em 2013, mas é claro que não negaria visitar de novo. Veja bem: mesmo que você não goste de Harry Potter (você está enganado), a visita é bastante interessante se você curte cinema e arte.

Você pode chegar em Watford através do Overground - ou o bom e velho "trem". As pessoas que pegam essa linha e parecem um pouco perdidas sem dúvidas estão indo para o mesmo lugar que você. Chegando na Estação Watford Junction, tem um ônibus que fica indo e voltando do estúdio e custa apenas 2£ por passageiro. Demora uns quinze, vinte minutos e o caminho é bastante bonito - além do mais, você tem a oportunidade de andar num famoso ônibus de dois andares!

As ruas de Watford são todas bonitinhas (:
Chegando no estúdio - lembre, você precisa comprar o ingresso com antecedência e ter um horário agendado - já de cara vemos as peças do tabuleiro gigante de xadrez do primeiro filme. O legal é que tudo é original e realmente foi utilizado nos filmes e tocado pelos atores que tanto amamos.

a fachada do estúdio (:
Assim que você passa por uma fila - em que tem a oportunidade de ver o cenário "o armário embaixo da escada", que é bastante emocionante para um fã - você assiste um vídeo que mostra como foi a megaprodução dos filmes e o que aconteceu ali, qual a importância daquele estúdio. Eu - das duas vezes que assisti - já comecei a me emocionar nessa parte! E depois dessa introdução uma porta se abre e como mágica (não quis fazer trocadilho, mas...), você vê o salão principal de Hogwarts surgir na sua frente. É realmente de tirar o fôlego!

Na sequência das salas, vemos outros cenários como A Toca (casa da família Weasley), o Salão Comunal da Grifinória, O Ministério da Magia (<3) com suas estátuas e salinhas; vemos a Sala do Dumbledore, a Sala de Aula de Poções; vemos de pertinho a porta da Câmara Secreta, o Espelho de Ojesed, e objetos tão interessantes como a Pedra Filosofal, as varinhas utilizadas, e a riqueza dos figurinos durante todos os filmes.

Existe também um setor em que é explicado como eram filmados os jogos de quadribol, e também um instrutor que ensina você o posicionamento correto para empunhar sua varinha. Nessas seções, são tiradas fotografias profissionais que você - obviamente - pode comprar no final da visita.

Uma coisa que chama muito a atenção é a riqueza de detalhes. Os potes dos ingredientes na sala de Poções, por exemplo, todos tem rótulo e alguma coisa dentro. Os livros todos são escritos, com capas confeccionadas especialmente para os filmes. Os jogos da loja dos gêmeos Weasley, tudo foi pensado e repensado - é realmente incrível o trabalho que a produção teve.

a mesa da minha casa - a Sonserina - no Salão Principal <3

Quando passamos pelos cenários, saímos numa espécie de pátio onde encontramos a ponte de Hogwarts, o Noitibus Andante e o Ford do Sr. Weasley!

O passeio continua por um giro pela produção artística do filme. Depois, passamos por dois cenários que são uma grande atração do passeio todo - o Beco Diagonal (uma ruazinha montada inteirinha com todas as lojas que conhecemos tão bem dos filmes e livros) e, uma novidade desde a última vez que visitei em 2013, a Plataforma 9½ com o Expresso de Hogwarts, onde dá pra dar entrar também e ver as cabines!


A foto obrigatória na Plataforma. Tem um carrinho desses na estação King's Cross em Londres, também!
A última parte é também uma das mais surpreendentes: uma super (super) maquete de Hogwarts que faz qualquer fã de Harry Potter chorar, mas que também deixa todo mundo de queixo caído. Foto nenhuma pode dar noção da dimensão dessa maquete que, durante os filmes, foi utilizada para fazer as tomadas externas de Hogwarts.

Parece de verdade né? *-*
É claro que a visita acaba numa lojinha - ou uma lojona, vai entender - que vende todos os tipos de produtos da marca Harry Potter que você pode imaginar. Varinhas, cachecóis das quatro casas, moletons de quadribol, uniformes completos, bichinhos de pelúcia, livros, livros de edição especial, o Mapa do Maroto, o Mapa do Maroto para colorir, jóias para colecionador, pomos-de-ouro de plástico, pomos-de-ouro de ouro, Feijõezinhos de Todos os Sabores, Sapos de Chocolate, Pirulitos de Sangue para Vampiros, enfim, todos as coisas que você pode pensar são compradas ali. Se prepare para gastar algumas libras... Afinal, ninguém é de ferro.

Outra coisa que você pode fazer no Estúdio: experimentar a famosa 'cerveja amanteigada' numa caneca especial! Eu confesso que não sou a maior fã por causa do gostinho de canela, mas vale a prova (:

Esse post foi realmente diferente do estilo dos outros que eu vinha fazendo, mas foi também para dar uma pausa em tantas aulas de história e geografia! Hahaha. Eu falarei sobre a cidade de York no próximo post, como combinado! Espero que tenham gostado e vejam um pouquinho das fotos que eu tenho do Estúdio de Harry Potter, algumas tiradas dessa vez, outras em 2013.

Um bom fim de semana e até breve!


DESCOBRINDO YORKSHIRE (PARTE 1)

Oi gente! Como passaram a semana? Fiquei tão feliz com a resposta positiva de vocês na página do Facebook do VTTW, e também pelos comentários! Obrigada mesmo! (:

Como prometido, voltei para continuar falando da minha viagem pelo Reino Unido, dessa vez (finalmente) parando de falar sobre Londres e indo rumo norte para Yorkshire, que não é o cachorrinho, mas sim o maior condado do Reino Unido, com um monte de história e tradições próprias. Conhecemos duas cidades bastante diferentes por lá. No post de hoje eu vou falar sobre Sheffield, uma cidade que me fez falar (demais) sobre a Revolução Industrial!

Mas antes disso, só para situar vocês...

AULINHA RÁPIDA DE GEOGRAFIA

O Condado de York - Yorkshire - tem cinco vezes o número de habitantes da Escócia toda. Para vocês verem como a distribuição demográfica no Reino Unido é esquisita! De qualquer jeito, ele é um tão grande que é dividido administrativamente em quatro partes - sem muita criatividade, veja bem - Norte, Sul, Leste e Oeste. Sheffield, de quem eu vou falar hoje, é a principal cidade da Yorkshire do Sul. Mas York, de quem eu vou falar no próximo post, fica em Yorkshire do Norte.

Muito blablablá. Vou mostrar nos mapas!

extensão histórica - em vermelho - do Condado de York

Hoje vamos falar da estrelinha azul! Parece tão longe de Londres, né?


SHEFFIELD SURPREENDENTE

Seguimos viagem num sábado de sol, saindo da Victoria (:D), que é tanto estação de trens quanto rodoviária, para nos encontrarmos com o príncipe nosso amigo escocês, Alistair, que mora e trabalha na cidade de Sheffield.

"Tudo bem, pode me chamar de príncipe!"

A viagem de Londres até Sheffield dura, de ônibus, mais ou menos três horas. Não é tão longe quanto parece no mapa! O trem chega meia hora mais cedo e é algumas libras mais caro. O ar condicionado do ônibus estava -15ºC, eu juro. E enquanto eu congelava e ouvia uma musiquinha, reparava a paisagem repetitiva: campos abertos alternados com colinas baixas, moinhos de energia eólica e, como por lá estamos na primavera, campos amarelos nas plantações de canola.

A paisagem bonita na estrada inglesa (:
Chegamos em Sheffield umas oito da noite, apesar de ainda estar bastante sol. Para essas bandas, durante a primavera e o verão, escurece bem tarde mesmo, às vezes até as 23h. O Alistair veio nos buscar e, enquanto íamos de táxi até a casa dele, nos contou em poucas palavras sobre a cidade em que morava: a quinta mais populosa da Inglaterra, com um passado industrial pesado e um presente universitário e musical tão pesado quanto. Eu, não realmente satisfeita com essas informações, fiz notas mentais sobre o que pesquisaria mais tarde.

Na realidade, Sheffield não é apenas a quinta da Inglaterra, como também a sexta cidade mais populosa do Reino Unido todo (lembram da diferença?). O censo de 2011 estipulava pouco mais de 580 mil habitantes. Não parece muita coisa, mas temos que levar em consideração que o Reino Unido todo tem 64 milhões de habitantes (13 desses vivendo na área metropolitana de Londres).

É engraçado, mas acho que nós brasileiros, acostumados com nosso país gigantesco em área e números (somos mais de 200 milhões de teimosos), achamos tudo muito pouco e perto quando vamos para a Europa.

É perto mesmo. É pouco mesmo. No dia seguinte, caminhando pela cidade (fizemos 80% do passeio à pé), achamos tudo ridiculamente pequeno para ser a sexta maior cidade do Reino Unido. Mas não por isso deixou de ser surpreendente!

A bonita catedral de Sheffield e uma coisa comum em cidades industriais: a pedra suja pela poluição.
Passado Industrial

Realmente, Sheffield teve seu boom como cidade durante a Revolução Industrial, a partir do fim do século XVIII. Costumo pensar - eu e o Matheus inclusive falamos sobre isso durante nossa visita - que a Revolução Industrial só pode ser comparada, em termos de importância para a humanidade, com a Revolução Agrária. Isso porque mudou completamente a vida em sociedade do ser humano. Hoje em dia, passamos por uma nova revolução, também, a digital, mas isso não vem ao caso!

Basicamente, sendo bastante didática e sem entrar em muitos detalhes, a Revolução Industrial foi uma transição dos métodos de produção. O trabalho manual (artesanal talvez seja uma palavra melhor) é substituído, devido ao desenvolvimento tecnológico e cientifico, pelo maquinário. Essas mudanças revolucionaram a sociedade e a economia de uma forma sem precedentes.

Sheffield, por sua posição estratégica - cercada de rios e colinas cheias de reservas minerais, como carvão e minério de ferro - sempre foi bastante industrial. Mesmo bem antes do século XVIII, já era a uma grande produtora de espadas e facas, entre outros utensílios de bronze e ferro.

A grande indústria que se desenvolveu em Sheffield foi do aço. A cidade vivenciou tanto os lucros quanto os prejuízos dessa nova era. Algumas descobertas revolucionaram completamente o processo de produção do aço. Inclusive, o advento do aço inoxidável ali mesmo enriqueceu como nunca antes os bolsos britânicos, e chamou a atenção de estudiosos para as péssimas condições dos trabalhadores.

Assim, Sheffield também foi um centro de formação sindical. Hoje em dia os prédios que antes pertenciam a alguns dos primeiros sindicatos de trabalhadores de que se tem notícia fazem parte do patrimônio histórico da cidade. A poluição das fábricas fez com que a região tivesse um título triste durante um tempo - George Orwell (o autor de 1984) a chamou de "a cidade mais feia do velho mundo".

Queria fazer uma observação rápida sobre a coisa mais mágica, na minha opinião, de viajar. Imaginem só vocês que o aço inoxidável foi inventado nessa cidade que a maioria das pessoas nem sabe que existe. Imaginem só que essa descoberta hoje em dia toca o mundo inteiro em nossa volta. Arquitetura, indústria automobilística, aviação, medicina, até culinária. Viajando, você entra em contato com coisas que mudaram a história da humanidade. E por menores que elas sejam, descobrir isso sempre é enorme.

vista a partir da praça da prefeitura de Sheffield (:

Mas de feia, hoje em dia, Sheffield não tem nada! É uma das áreas que mais cresce economicamente no Reino Unido, com muitas oportunidades de emprego para jovens. Como o Alistair mencionou no passeio de táxi, as universidades e escolas são bastante conceituadas no mundo inteiro. Outra coisa conceituada? Bandas novas do rock britânico que saíram de lá para estourar internacionalmente, como os Arctic Monkeys e o Pulp.

Comida de pub

No domingo, fomos a um pub tradicional local - The York (já fica a recomendação) - para uma das tradições britânicas mais deliciosas, o Sunday Roast ou o "assado de domingo". São normalmente carnes (de boi, de cordeiro, de porco e também frango) que são assadas lentamente, acompanhadas de batatas e outros legumes e verduras (cenoura, vagem, tipos de nabo que não encontramos por aqui, couve e repolho).

O sunday roast vem com o típico gravy britânico - que é o molho feito a partir dos sucos da carne  e dos legumes durante o cozimento - e os Yorkshire puddings ou "pudins de Yorkshire", que apesar desse nome são salgados - uma espécie de quiche sem queijo, feito com ovos e leite. Os sabores são, ao mesmo tempo, familiares e estranhos à culinária brasileira. Eu, fã de carne do jeito que sou, achei uma delícia.

Outra curiosidade surpreendente sobre Sheffield - vocês sabiam que o Sheffield FC é o time de futebol independente mais velho do mundo? Os britânicos são tão malucos por futebol quanto os brasileiros, gente. No domingo, eles só fazem isso. Assistem futebol. Parece familiar?

Da esquerda para a direita - Matheus, Jeremy, eu e o Alistair (com o meu óculos), prontos para devorar o sunday roast!

Esses dias foram mais para curtir nossos amigos, por isso infelizmente não tenho tantas fotos quanto gostaria. No dia seguinte, pegamos um trem para conhecer a estrela de Yorkshire - a Cidade de York - que será também a estrela do meu próximo post, que eu espero conseguir publicar já na próxima quarta-feira! (: Desse vocês podem esperar uma galeria recheada! Obrigada ao Matheus por me deixar usar algumas de suas fotos lindas nesse especial!

Eu recomendo que vocês façam um amigo escocês, gente. Todo mundo deveria ter um.


Oi pessoal! Quanto tempo! Sei que o blog permaneceu paradinho por uns meses, mas isso aconteceu por alguns motivos técnicos que talvez nem venham ao caso (mudei de PC, o dólar está alto, etc). De qualquer jeito, não desisti dele! Estou aqui novamente e vou fazer outra série de posts que acaba – sem querer, juro – falando muito sobre Londres (assunto do meu último post, que você lê aqui).

Acabei de voltar de uma viagem pelo Reino Unido à passeio, acompanhada por um dos meus melhores amigos (o Matheus – grande parte das fotos desse post é de autoria dele), que está morando em Galway, na Irlanda. A última vez que tinha visitado a terra da Rainha foi em 2013, e alguns lugares eu queria muito rever porque me falhavam à memória. Então vou contar um pouquinho para vocês de como foi a viagem – e algumas curiosidades sobre o caminho que percorremos. A série de posts está dividida em quatro! Vamos começar então?


Deus salve a Rainha!


INGLATERRA, REINO UNIDO, GRÃ-BRETANHA, HÃ?



Essa confusão é muito comum entre nós brasileiros - acho que entre todo mundo, na verdade. Às vezes chamamos o Reino Unido de Inglaterra ou a Inglaterra de Grã-Bretanha, mas pera aí, tem a Escócia, e que diabos “País de Gales”? Porque o Príncipe Harry não casa comigo? Acho que essa é uma das coisas mais confusas dessa regiãozinha do mundo que eu tanto amo. 

O “Reino Unido” (United Kingdom) é uma coisa só, um reino (duh) exercendo soberania sobre alguns Estados diferentes, sendo eles a Inglaterra, a Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte. Isso significa que esses Estados, muito embora sob parlamentos basicamente independentes, respondem ao comando de sua Chefe de Estado, a Rainha Elizabeth II da casa de Windsor. Ela é a dona do negócio todo. Mas desde 1215 que a família real não apita tanto quanto você pensa que apitaria. Vou falar mais sobre isso na parte que eu falar sobre a Magna Carta que fui visitar em Londres (chorando). 

Mas e a Grã-Bretanha? Bom, esse é o nome de uma das ilhas britânicas (a maior da Europa, nona maior do mundo) onde estão a Inglaterra, a Escócia e o País de Gales. É complicado porque nos referimos aos cidadãos do Reino Unido como britânicos no geral, nos referindo à ilha, mas quem mora na Irlanda do Norte também é considerado britânico e não está na Grã-Bretanha. Ele está na Irlanda, a segunda maior das ilhas britânicas. Confuso? 

Então:

  • Reino Unido: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.
  • Grã-Bretanha: a maior das ilhas britânicas, localização geográfica da Inglaterra, Escócia e País de Gales.
  • Irlanda: a segunda maior ilha britânica, localização geográfica da Irlanda do Norte (faz parte do Reino Unido) e da República da Irlanda (que não faz parte do Reino Unido!!!)
  • Britânicos: cidadãos do Reino Unido. Aí podemos subdividir em ingleses, escoceses, galeses, e irlandeses (do norte. bem. história complicada.) 
A única coisa que eu não consigo esclarecer é porque ainda não casei com o Príncipe Harry! :D Ah, olha um detalhe legal sobre a bandeira do Reino Unido (mudou minha vida quando eu descobri):

Não é legal? :D



LONDRES 1.0


Meu voo era de São Paulo para Londres com conexão em Frankfurt. Cheguei no aeroporto alemão e vocês não acreditam – a conexão atrasou quase duas horas! Imagine só, um voo britânico atrasado na Alemanha, e a brasileira aqui super pontual? O mundo já não é o mesmo. Mas tenho certeza que numa reunião extraordinária, a Rainha Elizabeth e a chanceler Angela Merkel resolveram a questão, e finalmente o voo saiu.

Brincadeiras à parte, cheguei em Londres via Heathrow, como de costume para quem viaja de fora da Europa. Sem grandes problemas na imigração, descobri que meu Oyster Card ainda estava cheio da última vez que visitei minha cidade preferida e peguei a linha azul – Picadilly Line – até a estação próxima ao albergue que me hospedaria.

É, albergue. Viajar sem ser à trabalho não é barato, gente, especialmente em Londres, que eu tenho certeza que é uma das cidades mais caras do mundo. Eu costumava ficar bastante em albergues quando morei na Alemanha, mas perdi o hábito conforme foi passando o tempo. A experiência é bastante diferente da de um hotel, mas dá para aguentar enquanto você é jovem. O banheiro dividido acho que é sempre o maior problema.

Mas o albergue que eu e o Matheus achamos era bom. Bastante limpo e numa localização especial (o bairro de Kensington). O pessoal que trabalhava lá também era muito gente boa. Bom, no primeiro dia apenas matei a saudade do meu melhor amigo e ficamos por ali por perto mesmo. Comemos num lugar chamado Nando’s (uma espécie de churrascaria portuguesa de frango que é genial, eu já conhecia da outra vez) e só botamos o papo em dia.

No dia seguinte, rapidamente, fizemos o roteiro obrigatório de Londres para qualquer turista: a City of Westminster com o belíssimo parlamento, a torre Elizabeth II que é casa do sino Big Ben e a London Eye (a roda gigante). Tiramos algumas fotos perto do Tâmisa, o dia estava bem lindo.

Mais tarde eu tive a oportunidade de retornar no estúdio do Harry Potter, na Warner Bros. em Watford. Ainda vou fazer um post exclusivo para ele porque Harry Potter é a coisa mais importante da minha vida basicamente, então vocês merecem saber.

O Parlamento, a Torre Elizabeth II (e o Big Ben dentro dela) e a ponte Westminster (:


TATE BRITAIN & BRITISH MUSEUM


As visitas mais interessantes na minha opinião, ou pelo menos que eram novidade, aconteceram no nosso terceiro e último dia em Londres. O Matheus é apaixonado por história, bem como eu, e por arte também (sou meio ambivalente nesse assunto), então me arrastou para dois museus: o Tate Britain (que – atenção – não é o famoso Tate Modern) e o British Museum (que sempre visitamos nas excursões da Horizontes).

(só uma curiosidade: existem muitos museus no Reino Unido com o nome Tate; isso porque são mantidos pela fundação homônima!) 

O Tate Britain me chamou a atenção por ser um prédio muito bonito, mais afastado do centro turístico, e ele guarda apenas peças de artistas britânicos. Estava bastante vazio. Dentre as atrações desse museu, os quadros pré-rafaelitas “Ophelia” de John Everett Mallais e a “Dama de Shallot” de John Williams Waterhouse se destacavam. Havia também uma exposição do processo de criação do estilista recentemente falecido, Alexander McQueen.

a carinha do Tate Britain (:
O British Museum é uma parada obrigatória para qualquer pessoa que vá a Londres. O que mais me impressiona sem dúvida é a extensa coleção dos frisos originais do Parthenon de Atenas, na Grécia. Sim, sim, a maioria das coisas ali foi roubada durante os anos dourados do Império Britânico, mas pelo menos estão bastante bem conservadas, muito provavelmente melhores do que estariam em seus locais de origem. Outra atração imperdível é a Pedra Rosetta, um tratado antigo escrito em várias línguas, que possibilitou a decodificação dos hieróglifos egípcios. É realmente sensacional. O museu é tão grande que eu imagino que precisaríamos de mais uns cinco dias para ver tudo. Talvez mais. Enfim, aos aficionados por História, é uma parada obrigatória!

um artista reproduzindo os frisos do Pathernon no British Museum!

Acho importante lembrar que a maior parte dos museus de história e arte em Londres são gratuitos. Isso mesmo, você não paga nada! Algumas exposições são pagas – mas os preços não são tão altos, dependendo do seu interesse. Bem, cultura nunca é demais né? Ainda mais de graça!

OS MERCADOS DE CAMDEN


Foi a segunda vez que eu visitei a famosa Camden Town e seus mercados à beira do Regent Canal (um canal do rio Tâmisa), estabelecidos desde 1975. Passamos a maior parte do tempo no Camden Lock (um dos mercados – da outra vez, em 2013, passei mais tempo no Stables Market) – onde descobrimos uma feira gastronômica que vendia até mesmo brigadeiro!

O atrativo principal de Camden Town com certeza é a sua herança punk-rock e alternativa. Há uma porção de brechós, lojas de discos e instrumentos musicais e estúdios de tatuagem. Não é o lugar para comprar roupa de trabalho, mas se você quer uma camiseta gótica que brilha no escuro conforme a música, bem, você encontra uma porção de modelos.

Os mercados são realmente bastante movimentados e frequentados por turistas, mas um bocado de jovens londrinos de cabelos coloridos e meias-calças rasgadas também aproveitam. A paisagem é meio industrial, uma coisa diferente do que encontramos na Londres do circuito turístico principal.

Mas nem só de lojas e artesanato vive o distrito – como eu disse, sua herança musical é uma das coisas que mais atrai as pessoas. Grupos como Pink Floyd, The Doors e Soft Machine tocaram por ali muito antes de virarem ícones. Camden tem esse gostinho de ter sido palco de um importante período do desenvolvimento da música britânica – e você consegue observar isso em todos os cantinhos.

Eu e o Matheus não ficamos muito tempo no Camden Lock – apenas o suficiente para tirarmos umas fotos e, claro, comermos o autointitulado sorvete mais famoso de Londres – no Chin Chin Labs. O Brown-Wich, carro chefe da casa, é uma bola enorme de sorvete artesanal de baunilha no meio de dois biscoitos feitos de massa de brownie de chocolate. Sensacional!

O Regent Canal em Camden! Paisagem diferente (:
CITY OF LONDON E SOUTHWARK

Pegando a Northern Line do metrô, nos mandamos para o outro lado da cidade, na região conhecida como City of London. Sim, a "Cidade de Londres" pertence à cidade de Londres (!), como uma cidade dentro da outra, e isso tudo é meio confuso e será explicado no último post dessa leva. Enfim, essa região é particularmente interessante porque é o ponto mais antigo de Londres – mas hoje em dia, funciona como seu centro financeiro, e prédios cada vez mais modernos são construídos para destoar com a paisagem medieval.

Um desses prédios é o The Shard, um arranha-céu de noventa e cinco andares que poderia facilmente pertencer a Dubai (bom, para ser justa, ele pertence quase totalmente ao Estado de Qatar). A construção do maior prédio da União Europeia foi bastante controversa e dividiu a opinião dos londrinos. Para todos os efeitos, ele agora faz parte da linha do horizonte nas fotos da Tower Bridge. Na minha opinião, ficou bem bonito.

Você pode subir no Shard se quiser – mas custa algumas libras (se não me engano, £20-£25). A experiência deve ser assustadora e incrível. Dessa vez em particular, eu e o Matheus resolvemos não arriscar. Mas você sabe como é, dizem que em certos lugares você sempre deve deixar de fazer alguma coisa, para sentir vontade de voltar ;)

a Tower Bridge e o Shard ao fundo. Encontro do velho com o novo!

Deixo aqui algumas das minhas fotos preferidas desses primeiros dias da viagem que fiz pelo Reino Unido. Espero que vocês curtam, me perdoem pelo sumiço e que estejam por aqui no próximo post, quando eu falarei sobre o belíssimo (e tão britânico) Yorkshire.

PS: tentei arrumar o que impedia todo mundo de comentar no blog. Vamos ver se deu certo! Se você não tiver uma Google Account, pode agora comentar como anônimo ou na opção Nome/URL. Comenta aí e me diz se funcionou?

RECOMENDAÇÕES DE LONDRES: clique aqui (organizei as do outro post com as recomendações novas, vou atualizando conforme for!).

Oi gente! Como prometido, vim falar sobre a minha cidade preferida das que conheço nesse mundo. Esse post é um pouco diferente. Ele não segue o estilo “diário de viagem” que os da Patagônia implicaram – vocês provavelmente vão perceber essa mudança de estilo. Existem formas e formas de contar como se conhece um lugar. Esse lugar fala com o meu coração de outro jeito. Então, nada mais justo que vocês vejam um pouco do meu coração no texto, também.

Gosto de pensar que já estive em muitos lugares. São vinte e cinco países, afinal (rumo ao vinte e seis! Conto pra vocês em breve!) e, na grande maioria deles, conheci as capitais e cidades grandes. Conheci algumas metrópoles. Elas sempre me atraíram bastante.

Alguns de vocês deram algumas sugestões sobre qual seria a minha cidade grande (é importante frisar: grande) preferida das que conheço, todas as sugestões muito acuradas. Alguém falou São Paulo.

Bom, eu nasci e cresci em São Paulo, capital, na zona sul, mais especificamente. Morar a vida inteira aqui - até os vinte e um anos, quando me mudei para a Alemanha por um período, numa cidade muito diferente (para voltar depois) - me fez apreciar as metrópoles. Aprendi a conviver com todas as partes ruins. Trânsito, asfalto ruim, barulho, o ritmo acelerado, as pessoas nem sempre bem educadas, presas em seu mundinho infinito, narcisistas que só elas; e aprendi a amar as partes boas, a arte de rua que alguns chamam de pichação, as luzes vermelhas dos carros refletindo nas gotas de chuva nos vidros durante um engarrafamento, os dias de sol que às vezes parecem tão raros, às vezes constantes, a situação de ter um parque no meio de uma selva de pedra. Não sei, a estrutura de uma metrópole, tanto a boa quanto ruim, sempre me encantou.

Apesar de amar São Paulo com todas forças com as quais amamos nossas cidades natais, normalmente - e espero que um dia possa falar muito sobre este lugar aqui no blog - não foi essa a metrópole que mais me encantou, daquelas que conheci. Outra pessoa mencionou Berlin. Passou bastante perto. Mas a minha cidade favorita no mundo fica numa ilha, a nove mil quilômetros leste.

Acertou quem pensou em Londres.


Me emociono só de olhar!

A minha história com Londres é mais antiga do que a minha história com a Horizontes. Isso porque quando meu pai era ainda professor e eu tinha uns sete anos, já era fã das Spice Girls e do ônibus de dois andares que as levava para todos os lugares. Sonhava em conhecer a terra da Rainha Elizabeth, que tem o mesmo nome que a minha mãe. Era um pouco apaixonada pelos Príncipes William e Harry. Colecionei coisas com a Union Jack (o símbolo da bandeira do Reino Unido) por muito tempo.

Porém, a minha primeira visita à capital inglesa foi bem mais tarde que isso. Eu já tinha vinte e um anos. Já não era tão fã das Spice Girls (ou pelo menos fingia ter deixado essa fase para trás) - mas minha empolgação permanecia a mesma. Escrevi uma espécie de diário de viagem em que a primeira frase dizia: “Espero estar indo para o meu lugar nesse mundo”. Era o verão europeu de 2010, dia 15 de Julho, quando eu desci no aeroporto de Heathrow. O objetivo era me encontrar com o meu pai depois de alguns meses em que estava morando longe de casa. Mas o verdadeiro objetivo era passar o fim de semana em Londres e descobrir se aquele era mesmo o meu lugar nesse mundo.

O aeroporto de Heathrow é enorme - são tantos terminais e portões que você precisa se comunicar entre eles por minutos e minutos de metrô. Metrô mesmo, que eles (os inventores) chamam de underground e que liga o aeroporto à cidade através da linha azul, chamada também de Picadilly Line. Se você vai parar Londres, é muito importante que você tenha duas coisas: um tube map e um Oyster Card, que no português claro chamamos de Bilhete Único.

(mas atenção, não cometa o mesmo erro que eu cometi pela primeira vez: o Oyster Card não paga o trem chamado Heathrow Express. Eu só não fui expulsa porque o mocinho indiano que trabalhava no trem resolveu ser simpático com a turista perdida! Hahaha)



Decore o tube map... Mas verifique :p


E antes de começar, mind the gap!


Se você tem um mapa do metrô, passar um tempo desvendando a linha amarela (a Circle Line, que não tem início nem fim) e tiver seu Oyster Card carregado, você pode fazer absolutamente tudo em Londres. Essa, inclusive, é uma das coisas que eu mais gosto desta capital. Tudo pode ser feito utilizando o transporte público e de forma eficiente. O trânsito é pesado, caótico, principalmente no horário de rush, mas há muito tempo - por investirem cada vez mais no metropolitano, nas linhas de ônibus e no pedágio para ingressão ao centro - a cidade valoriza formas alternativas de transporte que não sejam o carro. Então, por isso mesmo, bem ao contrário de São Paulo, em Londres você consegue fazer tudo "a pé".

E fazer tudo “a pé” é sempre uma das minhas atividades preferidas para conhecer um lugar. No primeiro fim de semana que passei em Londres, me hospedei num hotelzinho na High Street Kensington (outra coisa que me faz amar a cidade: os nomes das ruas e bairros! Soa tudo tão majestoso!) que até hoje deve ser um dos hotéis preferidos em que me hospedei. Ele não tinha nada demais, mas se eu pudesse projetar um quarto para mim, e se a condição fosse conforto e simplicidade, o meu quarto seria daquele jeito. Como sempre, vou deixar o nome desse hotelzinho nas minhas recomendações, no final do post. E dali, conheci o máximo das atrações turísticas que eu poderia.

Desde a minha primeira visita a Londres, já tive a oportunidade de voltar mais quatro vezes. Todas essas vezes foram distintas, com propósitos diferentes, sendo a maioria a trabalho. Mas consegui evitar cair na mesmice mesmo quando tinha que retornar para pontos turísticos. Foi tudo no detalhe, no instinto. É uma das coisas que me impressiona em grandes metrópoles – você precisa se usar do seu instinto, de alguma forma. Você aprende a usá-lo. Entrar numa loja de discos que passa despercebida entre grandes lojas de departamento, ou pedir um cappuccino em algum lugar diferente do Starbucks. Conversar, perder um pouco a timidez, a vergonha na cara.

Tem muita coisa para se ver. Mesmo cinco visitas depois, não deixei de descobrir lugares diferentes e digo sem cerimônias que não conheço tudo que deveria ainda em termos de atração turística e histórica. É que existem muitas Londres. É outra coisa que me atrai no lugar. Essa é uma das cidades mais antigas do mundo. Há a Londres medieval, cheia de mistérios e ruelas, a história dos reis que é uma teia com uma aranha faminta. A Londres que já foi o lugar mais sujo e mais perigoso do mundo. A Londres que foi palco da revolução que realmente revolucionou a nossa vida, a industrial. A Londres que ainda abriga uma nobreza, uma família real que é dona de tudo, que licencia o seu povo a morar ali, e que está presente em detalhes que parecem bobos, como um símbolo numa caixa de correio ou uma nota numa caixa de chás autorizada pela família real. A Londres que é a casa financeira de um dos países mais ricos do mundo, de uma das bolsas de valores mais importantes, mas que ainda para às onze horas para ver a troca de guardas no palácio de Buckingham.


O Big Ben não é o relógio, sabiam? É o sino (:


O início da Oxford Street


Existe a Londres tradicional, do chá das cinco, do fish&chips no pub depois do trabalho; existe a Londres que é maluca, com seus jovens embriagados cantando músicas que nasceram ali que nem eles enquanto voltam para suas casas nos ônibus vermelhos que circulam pela madrugada. Existe a Londres das pessoas que não usam calças jeans e que têm uma cor de cabelo por semana. Existe a Londres da famosa loja Harrods, em que um copo de cristal pode custar mais que o salário de uma pessoa da Londres de Camdem Town, o lugar dos punks, que vende as meias-calças mais resistentes que eu já vi na vida – mesmo que eles adorem usá-las rasgadas. E você nunca sabe exatamente em qual Londres você está.

Eu sei que eu poderia estar descrevendo qualquer grande metrópole, reduzindo as especificidades. Inclusive a minha amada São Paulo. Mas o que me deixa intrigada e instigada com essa grande metrópole, é que essas Londres diferentes não surgiram de uma hora para outra. O lugar está em pé (mesmo quando caído, às vezes) pelo menos desde 43d.C. Eu sou uma rata de história. Não existe nada que me fascina mais do que estar num lugar que foi o palco de situações que mudaram a história do mundo, da humanidade. E Londres faz esse papel perfeitamente em todos os sentidos: música, literatura, política, economia, todas as ciências humanas e as artes, há um pedacinho de Londres nelas, e há um pedacinho delas em Londres.


Um detalhe que nos lembra que tudo pertence à coroa.


E mais um.


E a Picadilly Circus


E Camden Town (:


Por isso, eu poderia continuar esse post dando dicas do que fazer no local. Acho que posso fazer isso. Mas acho também que cada um sabe o que faz o seu coração vibrar, e o que gostaria de conhecer num lugar tão rico de tudo. As minhas dicas são dicas que me fizeram me apaixonar pela cidade – pode ser que você não a ache tão impressionante se segui-las. Na verdade, é a beleza da metrópole, o instinto.

Recomendações:

  • Hotel Seraphine, na High Street Kensington. Nunca amei um hotelzinho tanto quanto a esse.
  • Café de Pierre, bem na frente do Hotel Ritz. A salada com molho de mostarda e nozes é a melhor que já comi na vida, sem brincadeira.
  • Villagio, restaurante italiano em Hammersmith. Apenas amor.
  • Uma passadinha no bairro de Wimbledon - sim, o do tênis. Um monte de teatros e restaurantes legais.
  • The John Snow (que não tem site!), um pub bem divertido na Broadwick Street.
  • The Food Court, ou a "praça de alimentação" da famosa loja Harrods. Parece a doceria do Harry Potter.
  • Você precisa visitar o British Museum, o Natural History Museum e a Tate Modern Gallery. Depois, pense em todos os outros.
  • Já que você está em Londres, vale a pena pegar um trem e ir para dois lugares fora da cidade: a cidade de Oxford (para conhecer a universidade, sim) e também para Windsor, conhecer a moradia humilde da rainha e repensar o significado de riqueza.
  • A estação de trens Waterloo, de onde saem os trens subterrâneos para Paris, é um espetáculo à parte.
As fotos desse post foram tiradas não só por mim, mas pelo Hunter Fonseca e para Lauren Rodrigues, dois amigos com quem tive a oportunidade de dividir um pouquinho do meu amor pela capital inglesa. Obrigada pelas fotos!

Se alguém conhece Londres bem e quiser deixar alguma dica, a caixinha de comentários está aí para isso! Gostaria muito de aumentar essa lista de recomendações. Mas é que a principal sempre é essa: seguir as suas vontades e conhecer a cidade da melhor forma possível: andando por aí com um fone de ouvido e músicas boas para a trilha sonora. (falando de música, escrevi esse post escutando o cd de uma banda folk londrina que vocês já devem conhecer, mas vou recomendar mesmo assim: Mumford&Sons - o cd é o Babel!)

Eu gostaria de agradecer o apoio e o incentivo de vocês. 2015 vem aí e eu espero que o projeto do blog se desenvolva cada vez mais e que possamos viajar juntos por aí! Um beijo e espero demorar menos para o próximo post.

Alguém aí está morrendo de vontade de ir pra Londres também?
E aí, pessoal? Finalmente chegamos no terceiro post do blog - e a última parte sobre a minha aventura na Patagônia em Janeiro desse ano! Para quem perdeu os dois outros posts da série, pode ler aqui: parte 1 e parte 2 (:

Começamos a nossa viagem na Patagônia Chilena. Mas, como eu já mencionei antes, a Patagônia se estende pelo sul de dois países: o Chile e a Argentina. A última parte da nossa viagem, então, explorou a região conhecida como Patagônia Argentina, talvez a que sempre vem na nossa mente quando pensamos em termos gerais.

Eu já estava um ano mais velha quando saímos de Puerto Natales bem cedinho para pegar um ônibus de linha que faz o trajeto entre Natales e El Calafate, nosso próximo ponto de parada. O ônibus vai sempre lotado. Grupos de turismo se misturam com mochileiros, comerciantes e até mesmo moradores da região. A viagem é longa. Muito longa, quase cinco horas. E tão erma quanto aquela que eu já tinha feito entre Punta Arenas e Puerto Natales.

A verdade é que El Calafate fica num lugar muito esquisito. Eu venho repetindo esse termo, mas ela fica no meio do nada. Ao contrário da região da Última Esperança, que é bastante vazia mais ainda tem vegetação suficiente para sustentar a pecuária de ovinos (aliás, a semelhança dessa região toda com a Irlanda e as Ilhas Britânicas me deixa espantada até hoje, visto que estão em extremos diferentes do mundo), o caminho até El Calafate se caracteriza por quilômetros e quilômetros de deserto semi-árido.

Você sabia que há um deserto semi-árido no sul da Argentina? Eu também não, até ir para lá.

Não tem nada mesmo.

E então, de repente, depois de rodar e rodar, você atinge o Lago Argentino, que tem uma cor azul impressionante. A cidade de El Calafate fica em suas margens.

El Calafate e Glaciares Perito Moreno

Calafate é uma cidade pequena, mas bem estruturada. O hospital (que tive o desprazer de visitar com um dos meus passageiros, que tinha batido o dente no ônibus) funciona bastante bem e existem restaurantes, casas de câmbio, hotéis e até mesmo cassinos por ali. Nós ficamos num hotel-spa longe do centro, mas que foi um dos mais confortáveis que eu já tive o prazer de conhecer, o hotel Xelena, que ficava bem na beirada do Lago Argentino.

Uma curiosidade; a cidade é batizada a partir de uma flor amarelinha, o Calafate, que produz um fruto que é bastante aproveitado em toda região da Patagônia. O fruto, por sua vez, é roxo, é a partir dele são feitos cosméticos, doces e sucos. Em aparência, se parece muito com mirtilos ou blueberries que conhecemos, mas o gosto é bastante diferente. O calafate solta uma tinta roxa que mancha os dedos e a língua (:

A frutinha do Calafate, que dá nome à cidade. Parece um blueberry, né?


É estranho pensar que bem pertinho daquela cidade no meio de um deserto semi-árido podemos encontrar um parque glacial. E por mais que você tente compreender a geografia do local, tudo parece desconectado. Você pode tentar observar um mapa ou um modelo, mas é só estando ali que a coisa toda começa a fazer sentido.

A cor impressionante do Lago Argentino e um pouquinho dos Andes ao fundo (:


O Lago Argentino é um lago glacial enorme, formado pelo desgelo do campo de gelo sul. Um dos 48 glaciares, o que se rompe em um dos braços do Lago Argentino (Brazo Rico) é o que conhecemos como Perito Moreno (em homenagem a Francisco Moreno, o pesquisador que explorou a região no século XIX e participou nas disputas de fronteira entre o Chile e a Argentina).

Você não entendeu nada? Eu também não tinha entendido quando a nossa guia, um doce de menina cujo nome novamente me fugiu (desculpa, gente, são guias demais para uma pessoa só! hahaha) literalmente desenhou para a minha melhor compreensão.

Um campo de gelo é um remanescente da última Era Glacial. Nessa época, todos os vales do extremo sul da América, principalmente aqueles formados pelas montanhas da cordilheira dos Andes, estavam cobertos por um lençol de gelo. Com o passar do tempo e a retração do lençol de gelo, o que sobrou foi um campo de gelo, e esse, chamado de Campo de Gelo Sul, é o segundo maior campo de gelo extrapolar do mundo. É como se uma parte da Era Glacial ainda estivesse acontecendo.

Mas, como ela não está mais acontecendo e o mundo esquentou, aquilo que derreteu deu origem a lagos como o Llanquihue (que falamos no primeiro post) e o próprio Lago Argentino. E os glaciais marcam o ponto onde termina o campo de gelo e começa a água. Acho que no mapa abaixo dá para entender melhor a ideia toda.

O glacial perito moreno é o final do campo de gelo num dos braços do Lago Argentino


Agora, nada pode preparar o nosso coração para o que é estar pertinho de um glacial. Eu acho que vi poucas coisas mais impressionantes na minha vida. O gelo é azul. Bom, na realidade, o gelo é transparente, mas o reflexo de todo aquele gelo junto faz com que ele se torne completamente azul aos nossos olhos. E vale muito a pena enfrentar o frio e a caminhada longa pelo parque nacional para poder ver de perto o limite da Era Glacial com a nossa Era.



Acho que a foto mais bonita que eu tirei esse ano!

Depois de ficar muito impressionados com o glacial Perito Moreno (de verdade, olha como ele é lindo!), descobrimos outro passeio indispensável para se fazer na cidadezinha de El Calafate. Um pouquinho distante do centro, há um Museu do Gelo, bastante completo e cheio de informações importantes para a compreensão do glacial. E em seu subsolo, uma surpresa! Um icebar, ou bar de gelo, em português claro!


A visita precisa ser rápida - você só pode permanecer 30 minutos no bar, que está a uma temperatura média de -10ºC (pessoas com problemas cardíacos só podem permanecer dez ou quinze minutos) - mas nem por isso deixa de ser bastante divertida. Primeiro, porque é open - você realmente pode beber o que aguentar nesses 30 minutos! O barman faz o drink que você quiser dentro das opções oferecidas. Há também shots, para os mais corajosos. O legal é que tudo vem bem geladinho! :D

As cadeiras, mesas, o chão, o balcão, os copos, tudo é feito de gelo! O ambiente todo fica muito bonito refletindo as luzes estroboscópicas (vixe) e a música é bastante atual. É uma balada congelada. Só não é o lugar ideal para azaração, porque você é obrigado a colocar uma roupa prateada ridícula para te proteger do frio. Tem capuz, luva e tudo. Uma dica: não vá com sapatos de pano, porque eles sairão dali molhados!

Uma das esculturas de gelo no bar (:

Parece um sonho, de verdade!


Ushuaia e a Terra do Fogo

Depois de tomar umas no Glacio Bar, seguimos caminho para um dos pontos mais esperados da viagem! Muito embora o mais bonito já tivesse de fato ficado para trás, Ushuaia tinha toda uma ideia em volta de si que precisava ser desmistificada. Era, afinal, o fim do mundo! A última cidade da América no extremo sul, o último porto seguro antes da Antártida e a cidade mais ao sul do mundo!

A emoção de estar em pontos tão absurdos da terra é algo inexplicável. Muito embora eu não tenha achado Ushuaia a cidade mais bonita que visitei (apesar de, de novo, muito bem estruturada para o turismo) e não tenha me impressionado tanto com suas paisagens depois de Paine e Perito Moreno, havia duas coisas que eram especiais: era o final da América e, ao mesmo tempo, o inicinho da cordilheira dos Andes - lugar que foi palco de uma das minhas primeiras viagens internacionais.

Ali em Ushuaia se encontra o famoso Parque da Terra do Fogo, que é percorrido por um trenzinho metido a besta que tem o nome de Trem do Fim do Mundo. Não é nada perigoso, mas a ideia é divertida. Pegamos esse trem para percorrer o parque e ver os últimos pedacinhos de terra habitada da América.

Por que Terra do Fogo? Bom, para explicar isso, preciso voltar a falar do nosso amigo Fernando de Magalhães, aquele nosso português que estava meio bêbado durante as expedições que fez pela Espanha. Ele era bastante criativo. Além de achar que os índios da região eram gigantes sanguinários, ele, ao avistar bastante fumaça naquela ilha (ah, a Terra do Fogo é uma ilha, separada do continente pelo Estreito do próprio Magalhães), imaginou que estava prestes a encontrar uma emboscada para sua Armada.

A verdade é que os índios daquela ilha gostavam de andar peladões, mas para se protegerem do frio que faz na região (e como faz!), armavam grandes fogueiras. E o fumaceiro tomava conta da ilha inteira, como se a própria estivesse pegando fogo. Bom, talvez fosse mais fácil usar um casaquinho?

Não vimos fogo ou fumaça alguma no parque. Pelo contrário, muito frio e vento. Mas a parte excitante foi chegar no final da Rota 3, também conhecida como a Rota Panamericana, que atravessa de norte a sul todo o continente americano, terminando lá no Alaska. Tive a oportunidade de cruzar com a Panamericana quando visitei o Peru, mas isso fica para outro post!

Quase 20.000km até o outro extremo do continente. Será que ainda vou?

Nada muito excitante entre mim e a Antártida... Tirando que não há nada entre nós!


Obrigada por acompanharem a minha série sobre a Patagônia, um dos lugares mais bonitos que eu tive o prazer de conhecer. Espero que tenham aprendido alguma coisa! É claro que nada disso teria sido possível sem a minha agência, a Horizontes Turismo (: Se eu não me engano, teremos outro passeio para lá no início de 2015. E se você correr pode ser que ainda consiga um lugarzinho!

No próximo post, vou falar sobre a minha cidade preferida. Alguém tem alguma ideia de qual seja?
Finalmente tirei um tempinho para continuar o post sobre a Patagônia! Se você perdeu o primeiro da série, pode ler aqui (: Bom, só recapitulando, eu tinha contado sobre a parte mais ao norte do extremo sul da América, nas cidades de Puerto Varas e Puerto Montt, e as belezas dessa região.

Depois dos primeiros dias ali na presença do Vulcão Osorno e do lindíssimo lago Llanquihue, continuamos a nossa jornada pegando mais um avião e indo para Puerto Natales. Onde, meus amigos, estava frio. Estava MUITO frio.

Quando você vai para Puerto Natales, onde fica um dos lugares mais emblemáticos da Patagônia chilena (o Parque Nacional Torres Del Paine), é necessário pousar no aeroporto de Punta Arenas, o último rastro de civilização moderna dessa região. Eu não estou brincando: depois que você pega um ônibus para Puerto Natales, são mais ou menos quatro horas de estrada completamente deserta.

Sério, me deu até uma afliçãozinha. Fiquei pensando como daria para se virar se alguém passasse mal ou se tivesse algum problema com o transporte. Não tinha nada por lá, gente. Absolutamente nada. Quilômetros e quilômetros de planície em que você só conseguia avistar ovelhinhas aqui e ali. E essas também eram bem raras. Anoitecia muito tarde (acontece quando se está tão no extremo do mundo), lá pelas dez ou onze da noite, de vez em quando. Mas ainda assim, não ajudava muito aquele cenário de filme de faroeste ao contrário.

Milhas e milhas de NADA :D

Estreito de Magalhães

Eu queria falar um pouquinho sobre ele antes de continuar pelos outros pontos, porque a história toda é bastante interessante. Você se lembra do Fernando de Magalhães, aquele português que estava loucão de vinho e achava que os índios da região eram gigantes? Então. O Fernando foi o primeiro explorador desta região, e ele "descobriu" esse importante canal natural, de 600km, que ligava os oceanos Pacífico e Atlântico.

Por que isso era importante? Por que a outra maneira de atravessar de um oceano para o outro era contornando por baixo através do Cabo Horn, uma viagem extremamente perigosa. Então, num mundo recém obcecado com rotas comerciais marítimas, essa descoberta foi incrível! O problema todo é que, depois que Magalhães deixou sua marca ali, foi complicado para que os próximos exploradores encontrassem o tal canal. Isso porque a região - inicialmente chamada de "Rabo do Dragão" (eu gosto desse nome! haha) - é um arquipélago, ou seja, um emaranhado de diferentes ilhas, fiordos e canais, basicamente um labirinto.

Parece mesmo o rabo de um dragão!


Alguns anos depois da primeira navegação por ali, em 1557, outro explorador, um espanhol dessa vez, chamou a região de "Última Esperanza", porque ele realmente tinha se perdido bastante naquele arquipélago. Foi assim que a província chilena foi batizada como Última Esperança - e para falar a verdade, demorou mais três séculos para que outras expedições (só nos anos 1800!), dessa vez de navios britânicos, encontrassem e traçassem o Estreito de Magalhães conforme conhecemos hoje, e também outras alternativas de passagem, como o Canal Beagle na Terra do Fogo (falamos dele no próximo post).

O Estreito de Magalhães foi muito importante por alguns anos, até a construção do Canal do Panamá pelos franceses. A facilidade de navegação pelo Canal do Panamá fez com que a região caísse no esquecimento. pelo menos como rota comercial.

O belíssimo monumento ao vento em Puerto Natales, nas margens do Estreito de Magalhães

Puerto Natales e a Caverna do Milodón

A cidadezinha de Puerto Natales é recente, de 1911. Ela foi criada como um porto para a produção pecuária de ovinos da região, e mais tarde para a exploração de carvão, mas o que restou da importância da cidade está diretamente conectada ao turismo. Basicamente, a cidade toda é voltada para ele.

Ali pertinho - de verdade, no máximo meia hora de distância da cidade - fica a chamada "Caverna do Milodón", ou Cova do Milodón. Consiste em uma formação natural de cavernas onde foram encontrados ossos de uma preguiça (sim, uma preguiça) gigante de cinco mil anos atrás, que ganhou o nome de Milodón. Essa preguiça tinha mais ou menos três metros de altura e poderia pesar até trezentos quilos. Credo!

Eu e o grupo caminhamos pelas formações e não encontramos o Milodón (haha, ele já está extinto, gente) mas encontramos coelhos selvagens, lagartos e uma porção de borboletas branquinhas. A visita vale a pena para quem gosta de caminhar e é fascinado por geologia. Eu achei bastante interessante, principalmente a "Cadeira do Diabo", a caverna mais importante - aquela onde foram encontrados mais restos do animalzão.

Uma das formações da Caverna do Milodón


Eu (tava gordinha :D) e uma estátua besta do Milodón que obviamente não tem três metros.

Uma curiosidade: quando eu estava em Puerto Natales, foi meu aniversário de vinte e cinco anos! Meu pai pediu que o hotel me entregasse uma cesta com vinho e chocolate e o grupo foi muito fofo e me deu um presente de aniversário (uma pulseira com a pedra lapislazula) e me surpreendeu com um bolinho pela manhã!

Uma das partes difíceis de viver viajando a trabalho é realmente essa: você não pode se apegar a datas comemorativas ou a momentos em que você gostaria de estar com seus amigos ou sua família. Você tem que fazer o melhor para considerar o seu grupo sua família e se sentir grato por experimentar coisas que a maioria das pessoas só sonha em fazer! É assim que eu lido quando a coisa toda aperta. Óbvio, que a existência da internet e do whatsapp ajuda muito nesses momentos né?

E por falar nisso, um dos melhores almoços que eu tive nesse ano foi no dia do meu aniversário! Nós comemos em um restaurante que misturava tendências africanas e patagonas (!!) e ficava ali mesmo, em Puerto Natales. A decoração era toda temática e a comida, sensacional. Eu me lembro de comer um frango com crosta de amendoim, mandioca e um molho apimentado de berinjela e curry que estava demais. Então, se um dia você se perder em Puerto Natales, pode comer nesse lugar, o Afrigonia. Ele também serviu o melhor Pisco Sour que eu já tomei na vida. E Deus sabe que eu já tomei alguns.

A surpresinha do meu grupo no café da manhã!

O lindo copinho do Afrigônia - e o melhor Pisco Sour da vida!


Parque Nacional Torres Del Paine

Então, depois do meu aniversário, visitamos um dos lugares mais emblemáticos da Patagônia: o Parque Nacional Torres Del Paine, que fica a uns 100km da cidade de Puerto Natales. Eu estava bastante impressionada com tudo, mas confesso que pouquíssimas coisas na minha vida me impressionaram mais que esse parque. A beleza da paisagem é indescritível - e a estrada não é lá tão curta, mas faz parte do belíssimo passeio. De verdade, poucas coisas que eu já vi são mais bonitas do que as montanhas Paine e os lagos e os glaciares que as cercam.

O destino é bastante visado por mochileiros e escaladores. Existem diferentes trilhas que você pode seguir de acordo com o tempo que você tem disponível e a sua habilidade em trilhas. Eu fiquei com a trilha mais simples e fácil, aquela que se faz de ônibus; fizemos apenas uma parte à pé, para conhecer um dos glaciares. É muito importante permanecer dentro das trilhas, porque o parque é habitado por animais selvagens como pumas, que podem ser mortais. Inclusive, quando estávamos lá, um argentino estava desaparecido dentro do parque fazia uma semana e a polícia fazia buscas, mas o insucesso os fazia imaginar que tinha sido um ataque de puma. Preciso inclusive pesquisar se alguma coisa aconteceu com ele! (update: encontraram o corpo do rapaz :| aparentemente não foi ataque de puma, ele se acidentou. que tristeza!)

É claro que você tem que ir preparado para caminhar, o frio (é bem frio) e a possível chuva, mas seguindo as extensas normas do parque e se mantendo no caminho correto, é impressionante o que você vai encontrar. Acho que vou deixar as fotos falarem por mim.

O hotel Tierra Patagonia, um resort de luxo no meio do parque. Parece que o Bono ficou um tempo aí.

Esse é o Salto do Rio Paine. Sim, é de verdade.

Ponte que atravessa o Rio Pingo, para ver os glaciares

*música do Senhor dos Anéis no fundo*

O lugar mais bonito que eu já vi, acho. Ao fundo, as "torres".



No próximo post, que é o último sobre a Patagônia, vou falar sobre dois lugares incríveis: El Calafate (pra vocês verem um pouquinho de gelo) e Ushuaia, a famosa Terra do Fogo! Obrigada a todo mundo que me incentivou e me deu apoio no primeiro post! Espero que gostem desse também!

Recomendo:
Hotel Costaaustralis, em Puerto Natales, em frente ao Estreito de Magalhães.
Restaurante Afrigônia. Sério, eles não tem site, mas quem for para lá precisa comer nesse lugar e tomar um Pisco por mim.
Feirinha de Artesanato em Puerto Natales, para quem gosta de coisas de lã (: